Chacrinha no Umbral


CHACRINHA NO UMBRAL.

O local era como o de um show qualquer realizado na Terra, embora as sombras que demarcavam o ambiente espiritual, situado na região inferior do astral, para além dos limites de uma clareira gigantesca. Abria-se diante de meus olhos uma situação nova e diferente. Parecia que eu estava em um anfiteatro, no qual o palco era localizado no centro de imensas fileiras de arquibancadas concêntricas.

Acima do local onde seria realizado o Show via diversos espíritos ensaiando uma coreografia no ar, pareciam dançarinos que se elevavam às alturas. À medida que dançavam, seus movimentos tomavam o aspecto de fitas multicoloridas e esvoaçantes, q ue rodopiavam ao sabor do vento. Era algo que, na Terra, entre os chamados vivos, seria impossível imitar.

Telões gigantescos projetavam imagens de paisagens verdadeiramente paradisíacas e – de que modo, desconheço – também deixavam transparecer aromas e o frescor da brisa das paisagens exibidas, bem como o calor agradável do sol.

__ Essa é uma tecnologia que ainda não chegou a terra. Utilizamos essas imagens holográficas de forma a facilitar, para os espíritos desta região de sofrimento, a visualização de situações e regiões mais felizes. Assim, durante as apresentações artísticas, eles poderão não somente ouvir as músicas, mas vê-las, de acordo com os sentimentos que animam o cantor desencarnado. Entrando em sintonia com essas paisagens ou aquelas situações sugeridas nas letras das músicas que serão cantadas, poderão modificar sensivelmente seu clima mental.

Mal o espírito havia falado comigo, dando suas explicações, e pude ver o Velho Guerreiro assumindo o palco para iniciar seu Show da vida. A princípio apenas uns poucos espíritos pareciam ouvi-lo, sentados em cadeiras e arquibancadas improvisadas em meio àquela paisagem espiritual não muito convidativa. Foi assim até ele chamar alguns artistas, que se revezavam nas músicas e nas demais apresentações.

De todo lado vinham espíritos, atraídos pela música. Parecia uma procissão de almas torturadas, verdadeiros fantasmas que seguiam a música intuitivamente, quase em estado sonambúlico. Eram recebidos por uma equipe de espíritos que se assemelhavam a enfermeiros e que os conduziam aos lugares anteriormente reservados.

Acima da multidão que se aglomerava no ambiente, bailarinas acompanhavam o ritmo da música de Elis, de Clara Nunes e de tantos outros artistas que se apresentavam naquela noite.
Durante as coreografias, algo como pétalas de flores luminosas caía sobre a assembleia de almas enfermas. Enquanto isso, cada um dos presentes era transportado para as paisagens e imagens projetadas nas telas gigantescas, que pairavam ao lado do palco. Jamais eu poderia imaginar algo semelhante. Pude ver, por mim mesmo, como aqueles seres, espíritos humanos, acordavam de um sono, talvez de um pesadelo composto pela dor e sofrimento, e eram assistidos e amparados pelos chamados espíritos samaritanos. Acordavam de sua situação íntima encantados pela música, a poesia e todo o conteúdo de pura beleza daquela megashow espiritual.

Só então percebi o efeito das luzes coloridas, que me faziam lembrar os holofotes dos palcos da terra. Assim que os espíritos despertavam de seu sono (ou pesadelo), isto é, quando recobravam a consciência devido a ação da música, jorravam do alto luzes e cores cintilantes, que provocavam tamanho efeito benéfico que eu mesmo pude sentir.

(…) as cores como que penetravam em cada célula do nosso corpo espiritual. O ritmo da música aliado às vibrações das luzes coloridas fazia com que os corpos espirituais passassem a vibrar em sintonia diferente da usual. Alguns ali pareciam acordar de uma letargia secular.

Quanto a mim, observei desprender-se, principalmente da região genital e da área em redor do meu peito, uma substância similar a placas gelatinosas, conforme se afigurava a minha visão de espírito inexperiente. Com isso, me sentia cada vez mais leve. Olhei a minha volta e pude perceber que algo semelhante ocorria com os demais espíritos, que, como eu, eram necessitados de socorro e de recuperação.

Ao voltar os olhos para o que se passava a meu redor, presenciei o desfile de artistas desencarnados. Sabia que a maioria deles trazia graves problemas íntimos e talvez ainda estivesse longe de solucioná-los.

Quando de posse do corpo físico, a fama, o palco e os aplausos acabam por nublar a visão espiritual, a visão das coisas tais como são. Na rede das ilusões que aqueles elementos mundanos criam, perde-se contato com o verdadeiro sentido e propósito da arte, que é relegado aos bastidores.
Talvez por isso, grande parte daqueles cantores, bailarinos, músicos e demais espíritos que alise apresentavam, também trouxessem em si graves problemas a serem resolvidos.
                                                                                                     Edmundo Cezar
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INÁCIO, Ângelo. Faz parte do meu Show, por Robson Pinheiro. Compilação do Capítulo 6. 1a. Edição – Contagem, Ed Casa dos Espíritos, 2004.

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10 Anos com Rosemary Brown



10 ANOS COM ROSEMARY BROWN

Em 16 de novembro de 2001, desencarnava silenciosamente a médium Rosemary Brown.

A simpática senhora de 85 anos de idade, deixou o mundo físico discretamente, em contraponto ao seu “sucesso” em vida quando ficou conhecida pelo intercâmbio mediúnico com espíritos de compositores célebres de música erudita, havendo recebido deles mais de 400 partituras. Entre esses espíritos, estavam Liszt (com o qual tinha contato mais frequente, sendo este também o seu mentor espiritual), Chopin, Schubert, Beethoven, Bach, Brahms, Schumann, Debussy, Grieg, Berlioz, Rachamaninoff, Mozart, entre outros.

Rosemary Brown, obteve destaque na mídia nos anos 70. Apareceu em programas de TV, dentre eles um documentário para a emissora britânica BBC, quando, diante das câmeras, recebeu mediunicamente uma partitura inédita de Liszt de elevada dificuldade técnica: possuía seis sustenidos na clave e compassos distintos para as mãos: 5/4 na direita e 3/2 na esquerda. Brown afirmou que a peça era difícil demais para ela própria executar. Um pianista profissional então se ocupou de tocá-la. Posteriormente, a peça foi analisada por Humphrey Searle, compositor britânico e grande estudioso de Liszt, que ressaltou as harmonias avançadas e a tonalidade típica das últimas composições de Liszt.

No Brasil, contamos com a edição em português do livro Contatos Musicais, de sua autoria, que descreve a trajetória de preparação de sua mediunidade, das dificuldades que encontrou e de como cada compositor se aproximava e conseguia se expressar através dela.

A possibilidade mediúnica da Sra. Brown é descrita por Allan Kardec em O Livro dos Médiuns.

Médiuns músicos: executam, compõem ou escrevem músicas sob a influência dos Espíritos. Há médiuns músicos mecânicos, semimecânicos,
intuitivos e inspirados, assim como os há para as comunicações literárias.
[1]

A artista plástica Elsie Dubugras escreveu o prefácio da edição do livro Contatos Musicais. Elsie, que desencarnou em 2006, também era jornalista e médium. Estudiosa da parapsicologia, durante trinta e três anos foi editora especial da Revista Planeta e apresentou ao mundo o trabalho do médium brasileiro Luiz Antônio Gaspareto. Em seu prefácio, Elsie chama carinhosamente a Sra Brown de Chico Xavier da música, argumentando que:

Conversa com os grandes da música como o nosso Chico conversa com os grandes da literatura. Como o Chico, é pessoa de origem humilde, e, como ele, a educação que recebeu não a habilitaria jamais à virtuosidade no teclado ou no campo da composição. Não sabe orquestrar música para instrumentos de corda, mas recebeu de Brahms dois quartetos de cordas. O Chico Xavier não é poeta, nem literato, nem cientista, mas a poesia, a literatura e a ciência jorram sem cessar de sua pena. Como o Chico, Rosemary manifestou faculdades mediúnicas desde a mais tenra idade, via e ouvia espíritos, comunicava-se com o outro lado da vida, tendo conhecimento de certos fatos passados e, por vezes, do futuro. O paralelo entre esses dois vultos da mediunidade, cada um no seu setor, é mais do que evidente, mas não deixa de ser curioso e
digno de especial atenção.
[2]

Rosemary, trabalhava como merendeira de uma escola pública na época em que começou a receber as primeiras partituras. Três LPs contendo algumas das músicas recebidas foram lançados. O primeiro foi gravado em 1970, pelo pianista Peter Katin. O segundo saiu em 1977, por Howard Shelley, e o último em 1988, por Leslie Howard.

A produção de músicas mediúnicas cessou nos anos 80, mas Brown continuou, até o fim da vida, dedicada a sua crença e indiferente a assuntos materiais e mundanos.

Contestada na veracidade de sua produção mediúnica, em uma Inglaterra historicamente resistente ao conceito da reecarnação, sua partituras dividiram opiniões surgindo algumas teorias absurdas sobre um possível conhecimento musical que teria quando criança mas teria sofrido de amnésia e não recordava-se desse fato, teoria contestada pelo médico que a conhecia desde o nascimento.

Qualquer pessoa que conheça música sabe que eu teria que ser quase um gênio musical para ter obtido tudo isso sozinha, mas a maioria dos céticos que desconhecem música não imaginam quanto é difícil compor. Talvez a maior parte dos musicistas competentes, dotados do dom de improvisação, possam tomar uma melodia qualquer e tocá-la de forma clássica – embora mesmo isso me seja impossível, visto eu não ser capaz de improvisar coisa alguma. Mas, compor realmente, nos diferentes estilos dos compositores – bem, isso já é completamente diferente.
[3]

Passados 10 anos de sua desencarnação, nos umbrais de seu décimo primeiro aniversário, o esforço mediúnico de Rosemary Brown, em uma ação coordenada pela espiritualidade superior, merece a atenção e o estudo dos interessados na relação arte e espiritismo.
                                                                                                    Edmundo Cezar
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[1] – KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. Trad. de Renata Barboza da Silva e Simone T. N. Bele da Silva. São Paulo, Ed. Petit. 2004
[2] – BROWN, Rosemary. Contatos Musicais. Trad. de Agenor de Mello Pegado. São Paulo, Ed. Livraria Espírita Boa Nova. 1971

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Impressionismo


Eixo Temático: História da Arte
Tema: Impressionismo

IMPRESSIONISMO

O Impressionismo é um movimento artístico surgido na França no século XIX que criou uma nova visão conceitual da natureza, utilizando pinceladas soltas, dando ênfase na luz e no movimento. Geralmente as telas eram pintadas ao ar livre para que o pintor pudesse capturar melhor as nuances da luz e da natureza.
A denominação Impressionismo foi dada a partir de uma declaração pejorativa do crítico de arte francês Louis Leroy ao ver a tela de Monet: Impressão, Nascer do Sol. O grupo ficou conhecido por realizar uma pintura ao ar livre, em frente ao motivo, numa nova concepção de pintura, de celebração dos espaços do mundo e da luz. Adotando um princípio dinâmico por excelência, o grupo também eliminou as referências mitológicas, religiosas e históricas para refletir a vida contemporânea e a nova Paris, as impressões momentâneas e fugazes de seu cotidiano.

 Os autores impressionistas não mais se preocupavam com os preceitos do Realismo ou da academia. A busca pelos elementos fundamentais de cada arte levou os pintores impressionistas a pesquisar a produção pictórica não mais interessados em temáticas nobres ou no retrato fiel da realidade, mas em ver o quadro como obra em si mesma.
Orientações gerais que caracterizam a pintura impressionista:
  • a pintura deve mostrar as tonalidades que os objetos adquirem ao refletir a luz do sol num determinado momento, pois as cores da natureza mudam constantemente, dependendo da incidência da luz do sol;
  • é também com isto uma pintura instantânea(captar o momento), recorrendo, inclusivamente à fotografia;
  • as figuras não devem ter contornos nítidos pois o desenho deixa de ser o principal meio estrutural do quadro passando a ser a mancha/cor;
  • as sombras devem ser luminosas e coloridas, tal como é a impressão visual que nos causam. O preto jamais é usado em uma obra impressionista plena;
  • os contrastes de luz e sombra devem ser obtidos de acordo com a lei das cores complementares. Assim um amarelo próximo a um violeta produz um efeito mais real do que um claro-escuro muito utilizado pelos academicistas no passado.
  • as cores e tonalidades não devem ser obtidas pela mistura de pigmentos. Pelo contrário,devem ser puras e dissociadas no quadro em pequenas pinceladas.
Entre os principais expoentes do Impressionismo estão Claude Monet, Edouard Manet, Edgar Degas, Auguste Renoir e Camille Pissaro.
Originando-se na França, música impressionista é caracterizada por sugestão e atmosfera. Compositores impressionistas preferiam composições com formas mais curtas, tais como o nocturne, arabesque, e o prelúdio; além disto, frequentemente exploravam escalas, como a hexafônica ou também chamada de tons inteiros.
O termo Impressionismo também é usado para descrever obras de literatura nas quais basta acrescentar poucos detalhes para estabelecer as impressões sensoriais de um incidente ou cena. Autores tais como Virgínia Woolf e Joseph Conrad escreveram trabalhos impressionistas de modo que, em vez de interpretar, eles descrevem as impressões, sensações e emoções que constituem uma vida mental de um caráter.


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