TEATRO E INDUÇÃO MAGNÉTICA
A Grécia é o berço do teatro
ocidental, mas foi também na Grécia, especificamente na região da
Magnésia, que era encontrado em abundância um dos mais importantes
minerais: a magnetita.
A Magnetita, ou as “pedras
mágicas” como eram chamadas na antiguidade, é a pedra-imã mais
magnética entre todos os minerais do planeta, possuindo forma
cristalina, quebradiça, de cor preta e brilho metálico.
Isso nos faz lembrar que nosso
planeta é um grande magneto, girando em seu próprio eixo, por onde
circulam permanentemente ente seus polos norte e sul, ondas
eletromagnéticas. Abordando de forma mais abrangente pode-se afirmar
que toda a vida na Terra produz algum tipo de agitação e que toda
agitação, por consequência, produz ondas. Curtas, longas, de
frequências variáveis e características múltiplas, estamos
permanentemente mergulhados em um mar de ondas de variadas
amplitudes.
Dentre as infinitas possibilidades
de comprimento de onda, nosso ouvido capta apenas o curto limite de
20 a 20.000 hertz, escapando-nos a percepção das frequências fora
dessa faixa, como por exemplo: os raios gama, o raio-X e as ondas
infravermelhas.
Nós, indivíduos agentes no
planeta, produzimos pelo pensamento ondas que se propagam em
frequência que também nos foge à percepção. Curioso é constatar
que, sob a ótica da existência de um universo extrafísico, nossos
pensamentos se materializam, adquirindo formas e texturas próprias.
Sempre que pensamos, expressando o campo íntimo na
ideação e na palavra, na atitude e no exemplo, criamos formas
pensamentos ou imagens-moldes que arrojamos para fora de nós, pela
atmosfera psíquica que nos caracteriza a presença. (A. LUIZ, 1973)
Podemos então afirmar que, uma peça
teatral, que é construída inicialmente pelos pensamentos e ondas
mentais de seus participantes, cria ao redor de si certa intensidade
de vibração magnética capaz de irradiar suas características até
os espectadores.
Vale lembrar outro aspecto, o de que
ondas oriundas de fontes diferentes, mas dotadas da mesma frequência,
tendem a entrar em ressonância quando se encontram, o que resulta
numa potencialização do efeito delas. É como se a energia
que elas transportam se fortalecesse pelo encontro em mesma
frequência.
Inevitavelmente, o processo de
ensaio e apresentação de uma peça teatral provocará a ressonância
com indivíduos espirituais que se afinizem com o mesmo padrão de
ondas, sejam de elevada ou baixa vibração, que podem, os
indivíduos, ter ou não consciência mental da situação em que se
encontram, bem como sofrerá o espetáculo a interferência das
formas pensamentos preexistentes no palco e no ambiente da plateia.
A plateia também é um grande campo
magnético, tão diverso e múltiplo quantos sejam os interesses em
que cada indivíduo está mergulhado.
Uma assembleia é um foco de irradiação de
pensamentos diversos. É como uma orquestra, um coro de pensamentos,
onde cada um emite uma nota. Resulta daí uma multiplicidade de
correntes e de eflúvios fluídicos cuja impressão cada um recebe
pelo sentido espiritual, como num coro musical cada um recebe a
impressão dos sons pelo sentido da audição. (KARDEC, 1994)
Vale recordar que a indução
magnética, estudada pelo físico britânico James Clerk Maxwell,
consiste no processo onde um corpo eletrificado pode transferir para
outro características suas, tendo ou não contato físico entre
eles.
André Luiz, ao propor um estudo do
fenômeno da mediunidade, oferece-nos o conceito de indução
mental, que se daria de maneira análoga
materializando-se quando indivíduos transmitem e recebem impressões
entre si, como dois corpos de diferentes temperaturas transferem
calor do mais aquecido para o mais frio, podendo estar em contato
físico ou próximos o bastante para que a troca se estabeleça.
(…)
no reino dos poderes mentais a indução exprime processo idêntico,
porquanto a corrente mental é suscetível de reproduzir as suas
próprias peculiaridades em outra corrente mental que se lhe
sintonize.
(A. LUIZ, 1973)
O espetáculo teatral, onde os
atores, técnicos e demais envolvidos, chegaram ao teatro com
antecedência, realizaram sua preparação técnica e emocional e
encontra-se, ao abrir das cortinas, pleno da chama sagrada de
Téspis, torna-se um grande corpo vibrante de energias, ondas e
formas pensamentos, produzindo uma determinada indução magnética
com aqueles que compõem sua plateia.
Os espectadores, de características
diversas e plurais, que, ao entrarem no ambiente teatral, que
começaram a ter seus comprimentos de onda mental alterados pela
musicalidade do ambiente, por estímulos visuais disponíveis ainda
no foyer e pelo estado de espirito de “adesão” ao espetáculo,
torna-se um corpo capaz de ser induzido, ter suas emissões de
pensamentos alterados e padrões mentais desconstruídos pela
observação e, principalmente, pela vivência do fenômeno teatral.
Uma
conversação, essa ou aquela leitura, a contemplação de um quadro,
a ideia voltada para certo assunto, um espetáculo artístico,
uma visita efetuada ou recebida, um conselho ou uma opinião
representam agentes de indução, que variam segundo a natureza que
lhes é característica, com resultados tanto mais amplos quanto
maior se nos faça a fixação mental ao redor deles. (A. LUIZ, 1973)
O espetáculo teatral, mais do que
objeto de entretenimento e reflexão social, é instrumento capaz de
irradiar energias que, ao entrarem em contato com o campo de vibração
de cada indivíduo (áura), produzirá sensações de bem estar,
ansiedade, calma, tranquilidade, indignação, etc.
Essas sensações independerão de
uma abordagem racional, pois o circuito magnético-espiritual que se
estabelece entre espetáculo e plateia passeia pelo campo das
vibrações, diretamente ligadas ao universo dos sentimentos.
Refletimos e arremessamos aos outros
as imagens que habitam em nosso entorno espiritual, criadas por
nossos pensamentos. Sendo assim, o artista que deseja retratar a
beleza, a claridade e a espiritualidade deve exercitar-se em instalar
a beleza, a claridade e a espiritualidade em sua própria vida
íntima.
Edmundo Cezar
Edmundo Cezar
LUIZ, André.
Mecanismos da Mediunidade. 10a. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1973, pág.
83.
KARDEC, Allan. A Gênese. 17A ed. Rio de Janeiro: FEB, 1994, pág. 286.
LUIZ, André. Mecanismos da Mediunidade. 10a. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1973, pág. 41.
KARDEC, Allan. A Gênese. 17A ed. Rio de Janeiro: FEB, 1994, pág. 286.
LUIZ, André. Mecanismos da Mediunidade. 10a. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1973, pág. 41.
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