Diálogo entre Ivone Pereira e Vianna de Carvalho


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DIÁLOGO ENTRE IVONE PEREIRA E VIANNA DE CARVALHO
SOBRE ARTE ESPIRITUALIDADE

A Beleza como necessidade da evolução do espírito, manifestações artísticas nas regiões espirituais inferiores e a reencarnação de espíritos artistas missionários, são alguns dos tópicos possíveis de serem percebidos em uma rápida interseção de conteúdos entre os autores: Vianna de Carvalho e Ivone Pereira.

Uma tendência natural ente corações intempestivos é classificar essa ou aquela manifestação artística, estilo ou obra de arte, como de boa ou má qualidade, mal ou bom gosto, de espiritualizada ou não, essa ação, apesar de natural, deve ser avaliada de maneira mais abrangente pelo indivíduo interessado nas questões espirituais.

Apesar de, tecnicamente, ser possível atribuir alguma referência a uma obra artística, devemos nos lembrar que, do ponto de vista da imortalidade, toda obra de arte tem sua função e cumpre seu papel, independente de gosto, vibração e nível intelectual com que se expressa.

No caminho da eternidade, o indivíduo, espírito imortal, necessita desenvolver sua inteligência e moral, ao mesmo tempo que também deve ampliar sua percepção estética do Belo.

           Cada espírito vê e sente a Arte com suas características e expressões evolutivas, porquanto, à medida que o ser progride, amplia a capacidade de perceber a beleza e senti-la nas suas várias expressões. Essa forma de identificação muito pessoal, que é resultado da experiência individual, expressa-se na aptidão por uma ou outra manifestação da arte, bem como na maneira de traduzir o sentimento no instante da sua captação. [1]

No livro Devassando o Invisível, Ivone Pereira contribui para o estudo desse ponto nos informando que a arte na espiritualidade é também objeto de estudo regular por parte dos espíritos, com claras intenções de oferecer ao indivíduo instrumento de reflexão intelectual e desenvolvimento espiritual.

       Aprendíamos, ainda!
     Progredíamos em conhecimentos obtendo, nas citadas reuniões, noções de Arte Clássica Transcendental, de que eram dignos expoentes não apenas nossos mestres, como outros que caridosamente nos visitavam, e até nossas vigilantes, que ensaiavam com eles nova modalidade de servir a Deus e à Criação, isto é, utilizando-se do Belo, empregando a Beleza!... [2]

As expressões artísticas estão presentes em diferentes planos da espiritualidade, nas regiões superiores e nos planos onde ainda estagiam espíritos em elevado grau de perturbação, diferenciando-se suas manifestações pelas característica daqueles que as habitam. É um pouco do que descreve Vianna de Carvalho, ao responder questões relativas à Arte, na obra Atualidade do Pensamento Espírita.

       (...) que existem esferas ainda superiores onde estagiam os espíritos rebeldes e primários que se comprazem no erro e no mal, sendo aí, diferente, porque mais grotescas as suas manifestações artísticas, pois que, também as existem. [3]

Não só no plano espiritual a arte é utilizada como instrumento de religação do espírito com o sentimento divino. No mundo físico a arte também é objeto da atenção dos planos superiores da vida, sendo seu desenvolvimento necessário ao momento de transição do planeta e dos indivíduos que o compõe.

Similar ao ocorrido no tempo histórico do Renascimento, onde os mesmos espíritos que vivenciaram a arte clássica grega, reencarnaram na Itália e países vizinhos, interferindo e transformando a manifestação artística daquele período, na atualidade, espíritos artistas missionários retornam a vida física com a tarefa de espiritualizar a manifestação artística da contemporaneidade.

Essa reflexão pode ser ampliada pelos depoimentos de Ivone, década de 40 do século passado, e Vianna, primeiros anos do nosso novo milênio.

Ivone Pereira, referindo-se a Chopin, relata:

     Declarou que, salvo resoluções posteriores, pretende reencarnar no Brasil, país que futuramente muito auxiliará o triunfo moral das criaturas necessitadas de progresso, mas que tal acontecimento só se verificará do ano de 2000 em diante, quando descerá à Terra brilhante falange com o compromisso de levantar, moralizar e sublimar as Artes. Não poderá precisar a época exata. Só sabe que será depois do ano de 2000, e que a dita falange será como que capitaneada por Vítor Hugo, Espírito experiente e orientador (a quem se acha ligado por afinidades espirituais seculares), capaz de executar missões dessa natureza. [4]

Informação que dialoga com as afirmações de Vianna de Carvalho, sob a psicografia de Divaldo Franco:

       Neste Crepúsculo de milênio e quase amanhecer de uma Nova Era, já se encontram em processos de renascimento orgânico os Missionários da beleza, qual tem sucedido em todos os períodos passados, trazendo programas de rara sensibilidade e emoção, promovendo as variadas expressões da Cultura, da Ciência e da Arte. [5]

As citações descritas, relativas a um conteúdo tão diverso, são apenas alguns links possíveis entre os relatos de Ivone Pereira e Vianna de Carvalho, diálogo doutrinário criado com a simples intenção de provocar a reflexão a partir de diferentes opiniões espirituais. A leitura dos conteúdos originais da literatura citada, ampliará a percepção do interessado nos estudos da arte espírita.

A Beleza como necessidade da evolução do espírito, manifestações artísticas nas regiões espirituais inferiores e a reencarnação de espíritos artistas missionários podem ainda ser objeto de pesquisa em diferentes literaturas e obras doutrinárias.
                                                                                                       Edmundo Cezar

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[1] CARVALHO, Vianna. Atualidade do Pensamento Espírita, por Divaldo Franco. Pg122. 3a. Edição – Salvador, Ed Alvorada, 2002.
[2] PEREIRA, Ivone. Memórias de um Suicida, pg193. 10a. Edição – Rio de Janeiro, FEB – 1955.
[3] CARVALHO, Vianna. Atualidade do Pensamento Espírita, por Divaldo Franco. Pg124. 3a. Edição – Salvador, Ed Alvorada, 2002.
[4] PEREIRA, Ivone. Devassando o Invisível, pg39. 2a. Edição – Rio de Janeiro, FEB – 1943.
[5] CARVALHO, Vianna. Atualidade do Pensamento Espírita, por Divaldo Franco. Pg197. 3a. Edição – Salvador, Ed Alvorada, 2002

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